sábado, 7 de julho de 2007

Bibliografia
























http://hokuouzemi.exblog.jp/i69, acesso em 6 de julho de 2007.
http://www.greatbuildings.com/architects/Alvar_Aalto.html, acesso em 6 de julho de 2007.
http://www.greatbuildings.com/buildings/Paimio_Sanatorium.html, acesso em 6 de julho de 2007.
http://www2.polito.it/didattica/01CMD/catalog/028/1/html/ind.htm, acesso em 6 de julho de 2007.
http://www.anxo.org/artigos/100700.html, acesso em 6 de julho de 2007.
http://www.alvaraalto.fi/alvar/buildings/paimio/paimio.html, acesso em 6 de julho de 2007.
http://www.alvaraalto.fi/, acesso em 6 de julho de 2007.
www.finlandia.org.br/download/folder.pdf , acesso em 6 de julho de 2007.

-ALVAR Aalto. Architecture and Urbanism, Extra Edition. Japan, May, 1983.

- FLEIG, Karl. Alvar Aalto. Barcelona: Editora Gustavo Gili S. A., 1989.

- FRAMPTON, Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997.

- SCNILDT, Göran. Alvar Aalto - Obra completa: Arquitectura, Arte e Diseño. Barcelona: Editora Gustavo Gili S. A., 1994

- UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Apostila de concepção a forma, 1999. Rio de Janeiro, anexo 2 e 3.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Centro paroquial de Riola: importante obra na carreira de Aalto

A Igreja e o Centro Paroquial em Riola, na Itália, é a última obra religiosa que Aalto se dedica e esta consegue ser a mais completa e feliz soma de todas as experiências anteriores, interligando o edifício e contexto, colocando o campanário enquanto marco de um lugar sagrado, utilizando a planta trapezoidal como foco principal e altura do templo. Há a preocupação da luz como bem estar dos fiéis e as preocupações técnicas com os materiais e a acústica, tudo no sentido de enfatizar o foco eucarístico como centro da celebração.
O projeto foi desenvolvido entre 1966 e 1968, e a construção se realizou entre 1968 e 1980. Riola adapta-se às novas tendências litúrgicas do Concílio Vaticano II, no sentido de criar uma relação estreita entre altar e congregação e desses com o coro e o batistério, que agora não se coloca mais em separado, mas deve estar dentro da igreja, preferencialmente próximo ao altar, já que a igreja passa a admitir a todos os homens a experimentação do cristianismo antes de renderem-se a ele.
O conjunto italiano de Riola está colocado em sítio próximo a uma antiga via que leva à Bolonha, sobre o qual se estende velha ponte romana; no entanto, mais que a beleza local dada pelas árvores, pelo rio e pela referência histórica, destaca-se o jeito como Aalto prepara o lugar torná-lo lugar com atmosfera religiosa: o programa foi feito de modo a interferir o menos possível na paisagem, se articulando de modo a instaurar praça em frente à Igreja – espaço aberto público e religioso ao mesmo tempo – sob o mesmo céu que vê o campanário de grande porte se destacar entre o verde, e a igreja dominar a composição, com as salas paroquiais e a casa de repouso, mais afastada. A opção estrutural define espaço de nave assimétrica, em que o altar é o centro para onde converge o olho, estimulado pelos pórticos decrescentes, pelas vigas longitudinais e, sobretudo, pelos fachos de luz, dispostos no comprimento do espaço, vindos das lanternas; esses proporcionam uma atmosfera sagrada já que a luz aborda o espaço de forma suave. A cobertura proporciona um ritmo a volumetria, dando um aspecto de movimento e uma boa dose de dinamismo a obra.
O espaço de culto pode ser estendido pela abertura da grande porta dobrável, colocada na fachada principal. Como em nenhuma outra obra pode-se sentir força expressiva derivada da estrutura, já que os pórticos arqueados de concreto trabalham no sentido de mostrar peso, ao mesmo tempo em que aparecem como o esqueleto de um organismo que depende do destaque dos suportes para tomar forma, reforçar os limites e despertar o sagrado.

Planta baixa



































Edifícios religiosos

Alvar Aalto projetou e reformou muitos edifícios religiosos ao longo de sua carreira, principalmente na sua terra na natal, a Finlândia mas também em países como Alemanha, Itália e Suíça. Apresentarei aqui quatro obras, sendo elas:

Igreja de Lahti

É a igreja mais importante da cidade de Lahti e se encontra num terreno triangular, num lugar mais elevado. O projeto de Aalto venceu o concurso em 1950 e teve seu projeto concretizado em 1970.
Consiste numa planta e volume triangular eqüilátero com os ângulos cortados, que se afunila em direção ao altar, que está na base menor (que foi subtraída a maior parte) e está em eixo com o acesso. Há um equilíbrio no conjunto, devido à agregação de dois blocos com formas e proporções próximas nas laterais do triângulo, a fim de que um não sobressaia do outro. O volume do edifício apesar do dinamismo dos ângulos pode ser considerado conciso, com os blocos bem agregados entre si, pelos materiais e planos laterais retos.
Planta baixa

Igreja e centro paroquial de Seinäjoki

Igreja: venceu o concurso em 1952 e foi construída entre os anos de 1958 e 1960.
Centro paroquial: Projeto de 1963 e foi construída entre os de 1964 e 1966.
A igreja encontra-se elevada e se destaca em relação ao centro paroquial adjacente, o que contribui para um campanário bem alto, sendo este símbolo da cidade, como um elemento vertical marcante, em forma de cruz estilizada. Ele dispõe do tradicional relógio, e tem também tem a função, com vista para o mar e para os campos e florestas. Há um espaço livre intermediário entre a igreja e o centro paroquial,onde os fiéis podem se reunir em maior número. Essa diferença de atmosfera da igreja e desse espaço é um contraste entre o sagrado e o mundano. A igreja possui forma trapezoidal e o centro paroquial maciço de forma retangular que se ligam através desse espaço, sem conexão direta dos volumes.
Planta baixa


Igreja e Centro Paroquial em Wolfsburg na Alemanha

Projeto de 1959 e foi construída entre 1960 e 1962.
O volume curvado e subtraído da igreja faz o fechamento da perspectiva de quem vem desde a avenida, ficando o outro lado conformado pelo “U” dos volumes do centro paroquial. O campanário alto funciona como marco para o conjunto com uma esbelta cruz negra no topo. A planta é também trapezoidal e o edifício assume perfil assimétrico descendente desde o acesso até o altar. O interior é bem iluminado, tornando um ambiente capaz de oferecer ao ser humano uma vida mais harmoniosa, pelo reencontro consigo e com a divindade. Os planos perdem a limpeza geométrica, observada em Lahti e Seinäjoki, para assumir uma composição fragmentada, obtida por subtração. A cobertura assume uma forma arredondada, “sensual”, acompanhando o desenvolvimento longitudinal da nave.
Planta baixa


Centro Paroquial em Detmerode na Alemanha
A planta, outra vez é trapezoidal, desde o acesso até o altar, para concentrar a visualização no foco eucarístico e estabelecer boas condições acústicas. A nave, projetada para duzentos e cinqüenta pessoas, mas que pode chegar a até seiscentos lugares, repete a organização assimétrica da congregação e a experimentação perspectiva desde o acesso pelo eixo colocado no lado maior do trapézio. Há uma articulação triangular, agora entre altar/púlpito, bancos e coro/órgão: o altar ocupa o lado menor e está elevado em relação à assembléia, com o púlpito à esquerda e o coro/órgão ocupando a parede direita da nave. Por uma escada sob a plataforma do coro, desce-se à cripta, onde ficam uma capela e demais dependências auxiliares de culto. Não há rigor geométrico, o que fica comprovado tanto pelo desenho do campanário, composto de doze pilares articulados em seqüência ortogonal, quebrada apenas em altura pela massa que o entremeia, como pelas subtrações nas arestas do trapézio.
Planta baixa

Sanatório de Paimio 1929-1933

Sanatório para tuberculosos, Alvar Aalto




Planta de situação






Planta baixa



Neste post, apresentarei algumas análises quanto a forma e organização de uma importante obra de Alvar Aalto: o Sanatório para tuberculosos em Paimio. O projeto ganhou um concurso em 1928, e foi construído entre 1929 e 1933. Aalto preocupou-se com o bem-estar dos pacientes que, em função da doença, se instalariam por um bom tempo no sanatório. Desenhou todo o mobiliário, estudou as cores e volumes e analisou a iluminação para fazer dos alojamentos um ambiente agradável aos pacientes e funcionários.

O arquiteto organizou as diversas funções do estabelecimento com uma série de volumes arquitetônicos combinados livremente. A ala que mais se destaca no projeto é a que abriga os pacientes que vai se conectando as outras áreas como as das salas, cozinha e garagens consistindo na zona de trabalho. As casas dos médicos e dos funcionários encontram-se afastadas do núcleo, consistindo na zona de repouso.

O edifício tem caráter dinâmico, ou seja, ele teve seus blocos organizados de maneira a propiciar uma experiência sensorial rica e variada para quem o percorre. Eles encontram-se todos interligados de forma assimétrica, como se da unidade dos enfermos “ramificassem” as demais unidades. Há um contraste entre as formas e os volumes, sem quebrar a conexão entre eles, com o objetivo de destacar o bloco dos enfermos, mais alto e de dominância horizontal marcante, já que o arquiteto valorizou a posição do sol bem como a visualização da floresta circundante neste bloco. Os demais volumes acompanham lado a lado uma mesma altura bem como formas próximas, a fim de que o conjunto tenha três alturas distintas que vão decrescendo em função da hierarquia. Eles estão locados em função da paisagem, envolvidos por esquemas rígidos e ortogonais.




Modelo volumétrico



Vista





Vista do norte



Interior

sábado, 2 de junho de 2007

Villa Mairea ,1938-39


Alvaar Alto, Villa Mairea, 1938-39


“Tornar a arquitetura mais humana significa criar uma arquitetura melhor, o que por sua vez, implica um funcionalismo muito mais amplo do que aquele com bases exclusivamente técnicas. Esse objetivo só pode ser alcançado por métodos arquitetônicos – pela criação e combinação de coisas técnicas diferentes, de tal modo que elas possam oferecer ao ser humano uma vida extremamente harmoniosa.”
Alvar Aalto



A Villa Marea, de 1938, foi um dos seus trabalhos que mais marcou em sua carreira. Consistia numa casa de verão construída para Mairea Gullichsen em Noormarkku. No primeiro esboço em forma de L percebe-se uma referência explícita ao Romantismo Nacional: a planta do estúdio Ruovesi construído por Gallén Kallela, em 1893. Uma lareira esulpida e saliente é comum nas duas obras e uma sala de estar escalonada que leva uma escada de mezanino.
A residência está situada no topo de uma colina, numa floresta de pinheiros. O primeiro olhar sobre a casa, através das árvores, dá a impressão de uma construção modernista de cores claras, mas, olhando de mais perto, os abundantes detalhes do edifício começam a surtir efeito. O edifício combina materiais modernos e um "vocabulário" moderno de forma e tradição, e dá à natureza uma base (de apoio) de um modo totalmente novo. Fazer uso de cenários naturais como ponto de partida para os seus desenhos, tornou-se a marca distintiva de Aalto.









A planta desta luxuosa Villa tem muito em comum com a casa de Aalto: apartamentos privados situados em cima, espaços de trabalho e lazer integrados em baixo, além dos materias, sendo uma mistura de tijolo aparente, alvenaria rebocada e chapas de madeira.








Planta Baixa
A obra representa um elo conceitual entre a tradição construtiva racional do século XX e o legado evocativo do movimento romântico nacional. Seus espaços básicos, as salas de estar e jantar, encontram-se ao lado de um pátio com jardim coberto dentro de uma lareira mais ou menos circular. A massa da casa e o perímetro de contorno irregular da piscina da sauna sugerem uma oposição entre a forma natural e artificial, e esse princípio prevalece na obra toda. Assim a "cabeça" do estúdio em forma de proa opõe-se à "cauda" representada pela sauna, e as paredes de tábua da área social contrastam fortemente com o branco dos espaços privados. Os acabamentos do andar térreo são também codificados com uma paisagem interna na qual as mudanças de azulejo para madeira ou uma pavimentação à base de pedras rústicas denotam sutis transformações de tom à medida que nos deslocamos, por exemplo, da lareira familiar para a sala de estar e estufa.
A própria estrutura é usada simbolicamente para remeter às origens: a sauna representa a cultura nativa, ligada por uma parede externa de cascalho à casa principal; é uma estrutura tradicional de madeira com cobertura de torrão de relva e foi construída segundo as características do vernáculo finlandês em madeira.













Corte










Fachada Principal









Vista Sudoeste

Há um vídeo que mostra a casa neste endereço: http://www.youtube.com/watch?v=b_TLLyrfWOY